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  • Gabriela Lima Caixeta

Visita ao Memorial da Cultura Indígena Cacique Enir Terena


Praça do Memorial da Cultura Indígena Enir Terena/Fotos: Gabriela de Deus


Esta semana o Cidadania Viva iniciou um videocast sobre a Arte Terena produzida em Campo Grande/MS. Durante a entrevista com o Artista Plástico Bryant Soares e a Artesã Azenaty Souza, falamos sobre o Espaço do Memorial da Cultura Indígena Enir Terena como um local de referência em Campo Grande para a celebração da arte indígena.


Entrada do Memorial

Localizado na Aldeia Urbana Marçal de Souza, mais especificamente na Rua Galdino Pataxó, 131, o espaço do Memorial da Cultura Indigena Cacique Enir Terena é um local que convida o visitante a conhecer um pouco mais sobre as produções dos povos originários de todo o estado do Mato Grosso do Sul. A praça é bastante convidativa para visitantes, quando visitamos o local várias crianças brincavam ao redor da praça e foi um dia agradável. Em um dos espaços da praça encontramos uma exposição permanente com peças das comunidades Terena, Guarani, Kadiwéu e Kinikinau. Logo na entrada chama atenção um presépio com as figuras centrais com cocares indígenas.


Presépio indígena organizado na bancada


No centro da exposição encontramos algumas obras em auto retrato, a figura de Marçal de Souza em destaque. Nascido na região de Ponta Porã, ele foi um líder da etnia guarani-nhandevá responsável por denunciar a expropriação de terras indigenas, exploração ilegal de madeira, a escravização e o tráfico de meninas indigenas. A centralidade da sua figura demonstra a responsabilidade que o local carrega: um espaço de resistências e perseverança de memórias.



Parte Central do Memorial

Ao lado da Obra de Marçal de Souza, está a figura de Enir Terena, líder de seu povo, ela teve uma forte atuação nas demandas por políticas públicas para a população indígena. O Memorial apresenta algumas informações interessantes sobre Enir Terena, como seu interesse em especial com as etnias que migraram do interior do Estado para se radicar na periferia de Campo Grande. Pelo que pude entender a história de Enir Terena e da Aldeia Urbana Marçal de Souza se confundem e foi nesta luta que ela se dedicou a criação do memorial da cultura indigena. Ela também é lembrada por ser a primeira indigena brasileira a conquistar o título de cacique em 2012.



Maquete representando a Praça do Memorial da Cultura Indígena Enir Terena

O Espaço também é utilizado para comercialização de peças produzidas por artistas da Aldeia Urbana ou indígenas que sejam de fora dela. A criatividade dos artistas chama muito atenção, vasos, animais, quadros, figuras humanas, são algumas das peças exibidas para comercialização. Além disso o espaço também conta com uma série de eventos, oficinas organizados pela própria comunidade. Entender os usos deste espaço é também dimensionar que existe um propósito muito maior na arte produzida do que apenas a mera contemplação.



Peças para comercialização

Quando entramos neste local também somos convidados a refletir sobre as desigualdades sociais que os indígenas do Estado enfrentam, em especial me chama atenção a questão migratória. A migração de indígenas para os centros urbanos aumentou o nível de vulnerabilidade social e econômica que estas populações já enfrentam. Antes de conhecer Campo Grande eu não conhecia nenhuma Aldeia Urbana. As dinâmicas produzidas no memorial demonstram como a Aldeia Urbana em si foi conquistada através de muita luta coletiva e isto precisava ser lembrado, edificado e personificado em algum lugar. Este espaço para mim representa portanto um local de reflexão sobre a luta por políticas públicas adequadas para a população indígena que foi excluída ou até mesmo marginalizada na cidade.


Peças para comercialização


Acompanhe a Página do Memorial no Facebook para ficar sabendo dos eventos e oficinas que acontecem e são produzidos neste espaço: https://www.facebook.com/memorialdaculturaindigena/


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