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  • Isabela Rodrigues

Manoel de Barros


Manoel Wenceslau Leite de Barros nasceu no dia 19 de dezembro de 1916 em Cuiabá, Mato Grosso. Ele era filho de João Venceslau Barros e de Alice Pompeu Leite de Barros. Quando criança, ele passou a infância na fazenda da família localizada no Pantanal. Durante a adolescência, ele se mudou para Campo Grande, onde estudou num Colégio Interno. Ele formou-se em Direito no Rio de Janeiro. Lá se filiou ao partido Comunista e por conta do apoio de Luís Carlos Prestes a Getúlio Vargas, ficou desiludido com a política abandonando o partido. Embora desde pequeno escrevesse poemas, foi em 1937 que Manoel publicou sua primeira obra: Poemas concebidos sem pecado.


Manoel também chegou a morar em outros países: Bolívia, Peru e Nova York. Nos Estados Unidos, fez um curso de artes plásticas e de cinema. O artista viveu um ano por lá e ao retornar conheceu sua futura esposa, Stella. Casaram-se em 1947 e com ela teve três filhos: Pedro, João e Marta. O seu filho, João, morreu num acidente de avião em 2008. Em 2013, seu primogênito Pedro foi vítima de um AVC e também faleceu. Manoel de Barros faleceu em Campo Grande, dia 13 de novembro de 2014, aos 97 anos.


Ele foi um grande escritor modernista brasileiro pertencente à terceira geração modernista, chamada de “Geração de 45”. Manoel é considerado um dos maiores poetas brasileiros, o qual foi agraciado com diversos prêmios literários. Entre alguns prêmios, podemos destacar o “Prêmio Jabuti” que recebeu duas vezes com as obras: O guardador de águas (1989) e O fazedor de amanhecer (2002). As obras de Manoel possuem uma linguagem simples e poética, sendo que os temas referiam-se sobre o quotidiano e a natureza. Ele criou vários neologismos e seus poemas tinham o surrealismo como símbolo forte.


Para saber mais sobre a vida e obra de Manoel de Barros, você pode assistir ao filme Só Dez Por Cento é Mentira disponível na plataforma YouTube https://www.youtube.com/watch?v=VG4P_mWWAI0


Por último, leia esse lindo poema chamado O Apanhador de Desperdícios:


Entendo bem o sotaque das águas Dou respeito às coisas desimportantes e aos seres desimportantes. Prezo insetos mais que aviões. Prezo a velocidade das tartarugas mais que a dos mísseis. Tenho em mim um atraso de nascença. Eu fui aparelhado para gostar de passarinhos. Tenho abundância de ser feliz por isso. Meu quintal é maior do que o mundo. Sou um apanhador de desperdícios: Amo os restos como as boas moscas. Queria que a minha voz tivesse um formato de canto. Porque eu não sou da informática: eu sou da invencionática. Só uso a palavra para compor meus silêncios.

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