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  • Geovanna Schiavi e Caio Henrique Romero

"Educação inclusiva": um verdadeiro paradoxo

Atualizado: 13 de jan. de 2023

Muito se fala sobre educação inclusiva, mas o que é de fato a educação inclusiva?


Primeiro precisamos de desconstruir alguns estigmas, estereótipos e conotações negativas. A começar pela própria terminologia "educação inclusiva", que se refere a uma conotação de exclusão, no sentido de que ninguém precisa de ser incluído na sociedade, mas sim de oportunidades, bem como de atitudes que são de facto inclusivas. Assim, a pessoa com qualquer deficiência poderá deixar a bolha em que a sociedade por vezes a coloca inconscientemente, e exercerá a sua plena cidadania.



É imperioso, portanto, que a sociedade evolua em terminologia, tal como a expressão anteriormente utilizada "necessidades especiais" que é agora definida como "pessoa com deficiência", o que é mais apropriado. O mesmo se aplica ao termo "educação inclusiva", uma vez que os estudiosos se aperceberam que é melhor referido como "co-ensino": ensino colaborativo. Define a participação plena, sem conotação de exclusão, uma vez que se refere ao trabalho conjunto entre o director e o co-professor (professor de apoio), cooperando em conjunto para a plena utilização e desenvolvimento das capacidades dos seus estudantes com deficiência.



Neste sentido, esta desconstrução é necessária não só no âmbito nominal, mas também nas acções desenvolvidas em ambientes escolares para estudantes com deficiência. Esta situação é relevante quando prestamos atenção a algumas práticas que não respeitam as particularidades e não estimulam as capacidades do aluno. Assim, o co-ensino visa extinguir tais práticas, promovendo a colaboração entre professor e aluno. Sabemos que isto já é amplamente praticado, mas, em alguns casos, não está presente, exemplificando o paradoxo da educação inclusiva. Neste sentido, distancia-se do ideal de redução das desigualdades, tal como afirmado no SDG 10 (Agenda 2030).



Vários Programas são bons exemplos deste tema para a sociedade. O Programa Living Citizenship é um exemplo jovem e dedicado a este aspecto. O co-ensino, como mencionado acima, não está apenas dentro do ambiente escolar, mas está também configurado na nossa sociedade, sendo um bom exemplo o Programa em questão, no qual os constituintes com pensamentos e modos de vida diversos colaboram em conjunto, de modo a que cada um alcance o bem comum, colabore pela cidadania, e tenha uma aprendizagem conjunta.



Face a tudo isto discutido, vemos uma necessidade de progredir e evoluir continuamente este tema, para que possa ter maior relevância na sociedade. Assim, haverá, de facto, esta desconstrução do tema abordado e soluções plausíveis para que a pessoa com alguma deficiência se sinta incluída e não excluída, por termos ou por atitudes. Porque ser verdadeiramente inclusivo é um paradoxo: é trabalhoso, pois exige um olhar atento, onde os envolvidos têm plena colaboração, e também fácil, quando olhamos para as potencialidades do outro!

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