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  • Gabriela Lima Caixeta

5º Festival Cultural do Chamamé: Brasil, Paraguai e Argentina

O Cidadania Viva visitou o 5º Festival Cultural do Chamamé no dia do seu encerramento: 18 de Setembro. O evento aconteceu na Praça do Rádio, pessoas de todas as idades e diversas nacionalidades se juntaram para manter viva essa tradição. Não é muito difícil achar o estilo musical por aqui no MS são vários bailes, saraus, programas de rádio e eventos culturais regionais (SILVA, 2018) que ajudam a difundir o Chamamé.


O Chamamé é um estilo tradicional de dança e música que tem suas origens em países como a Argentina e o Paraguai, o gênero musical surgiu na província de Corrientes e acabou se incorporando também a diversos países da América do Sul como à cultura Uruguaia e a Brasileira. Aqui no Brasil o Chamamé faz parte principalmente da tradição dos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul não poderia ficar de fora.


Evandro Higa cita em suas obras que as raízes do Chamamé, remontam à variações da Polca Paraguaia, passando por influências dos Povos Guarani, inclusive a própria palavra chamamé seria de origem guarani, que quer dizer algo como “improvisação” ou “algo feito às pressas”)


Os gêneros polca paraguaia, guarânia e chamamé como representações de identidade cultural associada à “alma guarani” são referências fundamentais para a configuração identitária de Mato Grosso do Sul. Mesmo sofrendo mutações ao integrar-se ao universo sertanejo brasileiro em uma dialética percebida desde a primeira metade do século XX e que se institucionalizou ao inserir-se no mercado fonográfico nacional, afirma sua persistência na manutenção de um repertório específico e na influência que exerce sobre a produção musical da região. (HIGA, 2010, p.250)


Conversamos com o pessoal da Escola de Danza Bado Jeroky para saber mais sobre o que e o Chamamé:


[Enilse Baez (Escola de Dança Bado Jaroky) : O Chamamé é uma dança tradicional, como para nós Paraguaios, nossa dança tradicional é a Polca mas dentro da nossa também temos o Chamamé. Esta é uma dança tradicional que une, para nós é uma dança que une os países. Assim como nós que estamos aqui confraternizando com todo mundo e isso nos une tanto que estamos aqui compartilhando com vocês e com os irmãos argentinos também.]



A chegada do Chamamé no Mato Grosso do Sul está diretamente ligada à influência Paraguaia, e das migrações do Rio Grande do Sul. A identidade sul-mato-grossense está fortemente ligada a estes encontros e desencontros fronteiriços e a bagagem cultural dos seus migrantes. No dia 29 de junho de 2021, o governador Reinaldo Azambuja inclusive deu ao chamamé o registro de bem de natureza imaterial de Mato Grosso do Sul por meio do Decreto Nº 15.708. O gênero musical passou a integrar o Livro de Registro dos Saberes, onde são inscritos conhecimentos e modos de fazer arraigados no cotidiano das comunidades (JORNAL AGORA MS, 2022).


[Gabriela (Monitora Social do Programa Cidadania Viva): Qual a importância de eventos como este para a comunidade argentina/paraguaia e campo-grandense?]


[Leila Prantte (Professora da Escola de Dança Bado Jaroky): Para mim isso é muito importante porque é algo que une as culturas entre as Nações que são: Paraguai, Brasil e Argentina. Então compartilhamos todos juntos, nos conhecemos, vocês compartilham suas tradições, seus costumes e assim nós também fazemos os nossos costumes chegarem aos demais.]


Eventos como este ajudam os Sul-Mato-Grossenses a pensar sobre a formação histórica e cultural do estado, os grupos de dança apresentaram um mundo de trocas e compartilhamentos culturais, laços de amizade e companheirismo que se manifestam através da música e da dança. O festival abarca suas origens pluriétnicas e plurinacionais, movimentando brasileiros, paraguaios e argentinos para a celebração de um aspecto cultural em comum Nas músicas e nas conversas se escutava, português, espanhol, guarani, crianças e idosos compartilhando desta linha festa. O Chamamé faz parte da identidade Sul-Mato-Grossense e representa uma parte importante no cenário cultural da região, ressalta os laços de amizade, traços em comum e a influência cultural que temos com nossos países vizinhos.


REFERENCIAS


HIGA, Evandro Rodrigues. Polca Paraguaia, Guarânia e Chamamé: Estudos sobre três gêneros musicais em Campo Grande/MS. Campo Grande/MS: Ed. UFMS, 2010.


JORNAL AGORA MS. Com dança e música, Mato Grosso do Sul celebra o 5º Festival Cultural do Chamamé. Jornal Agora MS: O endereço da Notícia. 15 de Setembro de 2022.


PIRES, L.; ILTON LIMA PORTO, J.; MACHADO DOS SANTOS, L.; ROMÁRIO MONTEIRO PANIÁGUA, E.; LUCIANO GATTIBONI VAZQUES, J. Chamamé: Uma expressão do Patrimônio Cultural. Anais do Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão, v. 7, n. 1, 12 fev. 2020.


SILVA, Douglas Alves. O Chamamé enquanto patrimônio cultural do Mato Grosso do Sul. XIV. Encontro de História da ANPUH-MS. “História: O que é, quanto vale, para que serve?”. 2018.

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