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  • Foto do escritorVozes Cidadãs

Realidade cinza e rasa



Tudo à minha volta sempre está em constante movimento.


Olho ao redor.


Minhas mãos tremem.


Meu peito aperta.


A cada respiro, um vazio.


Cada vez mais e mais.


Respiro fundo.


Fecho os olhos.


Respiro novamente.


Abro os olhos.


É estranho como algumas coisas do passado deixaram de ser importantes. Mas, essa é a verdade nua e crua da sociedade.


Tudo está em constante mudança. Tudo que em algum momento é importante acaba caindo no profundo poço do esquecimento, condenado a cair eternamente sem saber ao certo se existe algum final.


Afinal, a única coisa que importa é a ambição.


Tudo que tem valor em algum momento perde o brilho, aquele encanto que prende e arrebata todos os sentidos. Porém, todas as regras possuem uma exceção, algo fora da curva. Ela é a ambição. Afinal, ela nunca perde o seu encanto aos olhos mundanos.


Tudo resume-se a isso, as pessoas deixaram de acreditar em algo profundo e verdadeiro, preferindo viver na correria. Tudo no preto e no branco. Buscando o raso, em vez de mergulhar na água fria e profunda, em busca daquele calor na alma. Uma conexão, um laço.


Mas quem pode culpá-los, não é mesmo? Aqueles que ainda acreditam no “encontro de almas” é um bobo iniciante nesse mundo devastado e traiçoeiro. Inocente as maldades. Ou, simplesmente, um ignorante que não teme os perigos que abrigam a cada esquina.


Mas, afinal, quem pode culpá-los? Aqueles que se aventuraram por esse território, perderam algo de si, a própria essência. Tornaram-se algo totalmente diferente do que eram, eles renasceram em meio ao caos.


E, novamente, quem pode culpá-los? Um dia foram aventureiros, apostaram tudo naquilo que acreditavam. No outro, tornaram-se robôs, reféns dessa realidade cinza e rasa.


Produção: Letícia Rocha


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